quarta-feira, 29 de abril de 2015

Skate de dedo, vem e vai!

Um Skate de "dedo" perdido em nossa garagem, tema para uma intervenção poética, um ensaio, uma manobra um pouco menos radical, mas não menos intensa de amor.

Do jeito que veio ele foi, de um dedo para o outro.

E vem sob os dedinhos em pequeninas rodas, brinquedo novo.
Pranchinha sapeca, miniatura de radicalidade infantil.
Sobe muro, desce portão, navega em rampas de garagens.
Embaixo dos dedos, mais controle, menos medos.
Atravessa uma casa aqui, outra ali, no chão não tem graça.
Nos muros das casas busca obstáculos, portões traiçoeiros.
Passa a casa de Dona Laura, Luizinho, Seu Nelson.
Atravessa a do Seu José, Dona Isaura, enorme portão vermelho se aproxima.
Como numa grande corrida se arrisca, evolui na manobra, exagera.

Quando menos espera, escorrega, não há queda.
Mas mesmo assim lá se vai, o brinquedo novo pra dentro e perdido.
Casa vazia, tarde de sábado, ninguém pra atender.
Olhar desolado, vem domingo triste, anuncia vazio.

No lar alheio ensaia, a manobra perfeita.
Rodopia debaixo do pé, espanta olhares, aguça sentidos.
Esperança pernoita, manhã ganha a chance.
Expõe a mensagem, se lança na rampa, drop perfeito.
De volta aos dedinhos, talvez não os mesmos.
Mas de certo emoções, novamente trará.
Independente de quem, o Destino o levar...

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